O pescador e a Sereia
(Tuninho Galante e Marceu Vieira)
Entregou-se à Iemanjá
no vai-e-vem da maré.
Numa cama de marola
se deitou de boa fé.
Era linda a iabá
disfarçada de mulher.
Seu perfume embriagava
como flor de bem-me-quer.
Ela se pôs a cantar,
a chamá-lo num balé,
e levou pescador para o fundo do mar... do mar... do mar...
(Odoiá!)
Diz que a alma do pescador
hoje vaga sob o luar,
que sofreu maldição de amor.
Reza a lenda que então virou
prisioneiro de Iemanjá.
A viúva do pescador
leva a vida a se lamentar.
E na beira do mar
ela implora à Iara:
- Devolve o meu amor...